CONCURSO FEIRA DE CAMPINA GRANDE 

Ficha técnica

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Arquitetura:

 

​William Santisse Rodrigues

 

Wilton Santisse Rodrigues

 

Dados técnicos:​

 

Localização: Campina Grande, PB - Brasil

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Tipologia: Cultural / Comercial

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Área de intervenção: 144.000,00m²

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​Ano: 2023

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Memorial descritivo

Conceito 

O que é arquitetura? Essa simples pergunta possui um significado especial para este projeto. Se olharmos para o seu sentido material de "passado, presente e futuro", a arquitetura pode ser entendida como a transmutação material de uma sociedade, com o objetivo de atender uma determinada demanda, através de inovações espaciais e estruturais. No entanto, se olharmos de outra perspectiva, neste caso através da Feira de Campina Grande, podemos também presumir que a arquitetura é um reflexo das relações interpessoais de uma sociedade, onde a simplicidade social, cultural, artística e histórica prevalece e o "tempo" é o fator principal que fortalece essas relações. Nesse caso em particular, a arquitetura se revela como algo simples, sensorial e diversificado.
No contexto arquitetônico, urbanístico e espacial, podemos observar essa simplicidade mencionada anteriormente, mas que, ao longo do tempo, de uma forma natural e previsível, fez com que os principais edifícios, que hoje são Patrimônios Históricos, se degradassem e se perdessem em meio a novos assentamentos que foram surgindo de acordo com as demandas do local, tornando o espaço insalubre e inseguro. No entanto, ao refletirmos sobre isso, chegamos à conclusão de que a arquitetura original sempre esteve presente, esperando uma oportunidade de se renovar e renascer, através de um novo contexto espacial.
Após esta reflexão sobre a Feira de Campina Grande, concluímos que o local é dividido em dois espaços-tempo importantes: o passado, que é representada pela cultura, história e a arte, onde a cidade passa a coexistir a partir desses momentos; o presente, onde as relações sociais e as experiências sensoriais mantêm vivas as memórias e tradições do local.

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Partido arquitetônico

A proposta parte do princípio de manter a dinâmica histórica, cultural e social da feira de Campina Grande, preservando as características de uma feira cidade.

O projeto de intervenção visa solucionar diversos problemas que afetam o espaço. Dentre esses problemas, podemos destacar a falta de setorização espacial das barracas, a insalubridade, a ausência de acessibilidade universal entre outros.

Para solucionar esses problemas, a proposta prevê a reestruturação espacial, com a criação de novas configurações que permitam a setorização das barracas e garantam a melhoria da salubridade em toda a extensão da feira. Especial atenção será dada ao Largo do Pau do meio e do Mercado Central, onde muitas das barracas se encontram subutilizadas e em condições insalubres.

Além de propor a reestruturação espacial da feira, com o objetivo de trazer melhor conforto e saúde aos usuários, visa também preservar e valorizar as características artísticas, históricas e culturais do local. Para isso, serão realizadas, a restauração dos patrimônios importantes e a instalação de novos conjuntos arquitetônicos que dialoguem com o meio urbano existente. É fundamental que essa intervenção esteja em consonância com a sustentabilidade e a acessibilidade universal, garantindo que o projeto seja viável e respeite as necessidades de todos os públicos envolvidos.  Assim, foi possível criar um partido arquitetônico que contribua para a preservação do patrimônio histórico e cultural, ao mesmo tempo em que proporcione melhorias significativas para a feira de Campina Grande.

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Eixo cultural artístico e histórico

O projeto do eixo histórico e cultural proposto além de interligar todos os espaços da feira irá também conectar todos os patrimônios existentes na área de intervenção, criando uma rota turística que valorize a história e a cultura do povo Campinense. Para isso, será construído um conjunto de calçadas largas e arborizadas, que permitirão aos visitantes se conectar em vários pontos da feira, enquanto apreciam a arquitetura e a beleza dos monumentos.
Além disso, o projeto prevê a criação de espaços para manifestações culturais, como apresentações musicais, teatrais e de dança. Esses locais serão construídos ao longo do eixo, de forma estratégica, para garantir que os visitantes possam desfrutar de diferentes tipos de eventos e atividades culturais.
O eixo histórico e cultural também passará por importantes patrimônios históricos, como o Edifício Pau do Meio, um dos mais antigos da região, o Mercado Central, que é um dos pontos turísticos mais visitados da cidade, e os armazéns, que são importantes representações do patrimônio industrial local. Por fim, o eixo passará pelo Casino Eldorado, um importante marco cultural da cidade, que conta com uma arquitetura única e uma história rica em eventos culturais.
Com essa intervenção, será possível criar um espaço que valorize a história e a cultura local, promovendo a acessibilidade e a sustentabilidade. Além disso, o eixo histórico e cultural proposto irá proporcionar uma experiência enriquecedora para a população e para os turistas, que poderão conhecer a história da cidade enquanto desfrutam de um ambiente agradável e seguro.

A valorização da história e da cultura do povo campinense é uma das principais motivações por trás desse projeto. Espera-se que a feira se torne uma referência para a comunidade local e para os visitantes, destacando a rica tradição cultural da região e promovendo a sua preservação e continuidade. Com essas escolhas, busca-se maximizar o potencial construtivo do projeto e, ao mesmo tempo, minimizar os custos de uma possível obra.

 

Sustentabilidade

Com o objetivo de aumentar a eficiência do edifício, optou-se por adotar sistemas sustentáveis, tais como uma cisterna para a captação e o reaproveitamento de águas pluviais para a limpeza da unidade, e placas fotovoltáicas, que possibilitam a geração de energia limpa e renovável. Essas soluções, além de reduzir o consumo de energia elétrica da rede, podem contribuir para a redução dos custos energéticos a longo prazo. 

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